Alergias de Verão

Alergias de Verão

Olá meus amigos!

Como estamos no verão, penso que seria interessante falar com vocês sobre algumas formas de doenças alérgicas que podem aparecer ou mesmo piorar nesta época.

Nosso país é agraciado com uma costa litorânea extensa, belíssima e muito ensolarada nessa época, o que favorece uma exposição maior à luz solar e maior frequência de esportes aquáticos ou ao ar livre, tanto na praia como no campo, coincidindo com as férias escolares e viagens para novos destinos, que  consequente proporcionam o contato com situações ou alimentos não rotineiros, como por exemplo: frutas tropicais, peixes, frutos do mar e camarão, que uma vez ingeridos com maior frequência podem inesperadamente resultar na antecipação do término do passeio pelo aparecimento de alergias.

Começando pelas alergias que ocorrem principalmente na pele temos:

  • Estrófulo ou alergia de picada de insetos como pernilongos, borrachudos, mosquitos, carrapatos entre outros. Normalmente, essa reação ocorre mais nas crianças e está relacionada com reação à saliva destes insetos. Pode causar extremo desconforto. Porém, na grande maioria dos casos a reação ocorre no local da picada. Neste caso o ideal seria a prevenção da picada com uso de repelentes potentes, que devem ser aplicados antes de expor-se a locais com estes insetos.  O produto deve ser reaplicado conforme a necessidade, por exemplo: se a pessoa tem muita sudorese ou faz esportes aquáticos deve-se aumentar a frequência das reaplicações.
  • Fotodermatoses: são reações na pele estimuladas pela luz solar ou ou pela luz artificial. Como exemplos de reações alérgicas à luz temos: a urticária solar onde ocorrem manchas ou placas avermelhadas elevadas na pele com muito prurido nas áreas expostas à luz.
  • Outra reação na pele que é muito frequente no verão é a fitofotodermatite, esta ocorre após o contato da pele com substâncias que causam sensibilização como plantas e frutas, e o exemplo clássico é o contato com o limão (ou outras frutas cítricas) da caipirinha na praia. Nesse caso o contato com o suco ou a casca de fruta em associação com a luz solar causa lesões tipo queimaduras (raramente bolhas) que viram manchas escuras no local. Outro exemplo são as reações fotoalérgicas ou de fotossensibilização por medicamentos ou substâncias químicas. Alguns dos causadores destas reações são as fragrâncias (contidas em cosméticos, produtos de cuidados pessoais, perfumes, alimentos entre outros), anti-inflamatórios em spray ou creme e pomadas de antibióticos. Neste caso as reações ocorrem nos locais onde foram aplicadas as substâncias e surgem manchas vermelhas com bolinhas com água e prurido que evoluem para descamação e manchas escuras no local afetado. Essa reação pode ocorrer também de forma mais generalizada quando a pessoa toma medicamentos orais como diuréticos, antibióticos ou anti-inflamatórios.
  • Outro grupo de alergias que ocorrem na pele mas não necessariamente estimuladas pela luz solar é a Dermatite de Contato. Seria aquele caso que, nessa época, a pessoa usa com mais frequência cosméticos, filtro solar, cremes hidratantes faciais e corporais entre outros, e ocorrem lesões na pele com bolinhas com água, manchas vermelhas, prurido e depois viram manchas escuras ressecadas no local.
  • Existe também a urticária colinérgica, o que causa a formação de bolinhas com muito prurido após elevação de temperatura corporal, como por exemplo no exercício.
  • Devemos lembrar também da Dermatite Atópica (Eczema Atópico) que geralmente inicia-se na infância e pode piorar no verão devido ao aumento da sudorese. Ela é caracterizada pela presença de eczema (bolinhas com água, manchas vermelhas e prurido). Dependendo da idade acomete regiões específicas do corpo, como: em bebês na face, no couro cabeludo e na superfície externa braços e pernas, no caso de crianças, adolescentes e adultos aparecem nas regiões de dobras cotovelos e joelhos.

Entre as alergias não exclusivas da pele, também são frequentes no verão:

  • Rinite e asma por pólen – Algumas plantas e árvores produzem maior quantidade de pólen no final da primavera e no verão, quando consequentemente ocorre a piora dos sintomas para alérgicos à esse inalante. A alergia a pólen ocorre mais frequentemente nos estados pertencentes à região Sul de nosso país.
  • Por fim, um grupo de alergias que tem aumentado muito nos últimos anos é a Alergia Alimentar em suas variadas formas. Esta pode ocorre mais no verão devido às viagens para praias onde há um maior consumo de peixes, camarão, frutos do mar e frutas tropicais. Uma situação típica seria aquela que a pessoa já sabia ser alérgica a um determinado o alimento e o ingere acidentalmente (às vezes as panelas ou utensílios de cozinha não são lavados adequadamente para eliminar os resíduos e ao  preparar  outros pratos diferentes  acabam misturando-se).

 

Aproveito para desejar a todos um ótimo 2018!

 

Abraços,

 

Dr Octavio Grecco

 

*Dr Octavio Grecco, é alergista e imunologista da Clínica IMABE.